Primeira aula de condução


Estreei-me logo com duas aulas de condução no primeiro dia! A curiosidade era grande, bem como o entusiasmo de pular para a vida independente. Entrei no carro e tudo me era novo, como se estar naquele lugar de relevo fosse algo de errado. Mas logo ouvi as primeiras explicações com atenção e lancei-me à estrada, ou vá, eu e o instrutor. Sim, porque a dependência dele era obviamente enorme. Nessa aula, a adrenalina e o sentimento de novidade sobrepuseram-se ao medo e ao nervosismo, de modo que foi uma aula positiva. A questão é que isso me levou a falsas expectativas e as aulas posteriores foram de mal a pior. Ainda não passei das 5 aulas, tenho ainda muito que aprender e há margem de manobra para a minha experiência crescer progressivamente. Eu a pensar positivo! A verdade é que a tensão apodera-se de mim e só acabo por ter o volante e a manete das mudanças para agarrar com força, procedimento não muito amigo das curvas e da descontração. Além disso, acho indecente o pé direito não ter sítio para descansar e o esquerdo ter uma rampa particular só para ele, e depois lá vou eu descansar o pé no acelerador, o que me deixa assustadíssima, porque os movimentos se tornam bruscos ou simplesmente porque a mudança não se adequa àquela velocidade, mas em algumas aulas foi mais forte que eu! Já fiz uma inversão de marcha e boa, não fui contra o passeio! Ainda me confundo bastante com tudo o que é preciso fazer antes de uma marcha-atrás ou uma manobra complicada. No fundo, penso demais em todos os passos que vou dar e depois só tenho o carro preparado para entrar numa rotunda quando já estou em cima dela. Mas caramba, são mil e um procedimentos e quando se vêm carros a passar muito perto às vezes acabo por bloquear. A desculpa tem sido "estás nas primeiras aulas, é normal", de modo que é urgente haver uma evolução porque depois passamos da desculpa típica para a humilhação desmotivadora, "talvez não tenhas mesmo queda para a condução". Mas vá, pensar sempre positivo! Isto afinal é um pequeno passo para o mundo, mas um grande passo para o ambiente das estradas em que vou circular. Por isso não vos digo que não pratiquem isto em casa, mas definitivamente não comecem por praticar sozinhos. 

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Zaask

Escritora e Fotógrafa