Fadas de contos ♥
Eram dois adolescentes que aprenderam a
amar
Que precisaram de fugir para poder
respirar
Ir para longe de olhares, arrogância e
problemas
Sentir a distância dos típicos
telefonemas
Despir a rotina e fazer dela um poema
Poder acordar dentro de uma tela de
cinema
O motor arrancou e o olhar ficou emocionado
Para ela aquele momento era mais que desejado
A paisagem não cativou, o preço do
bilhete não foi discutido
Porque em cada beijo havia um futuro a
ser construído
Existia neles a loucura e o segredo da
ambição
A alegria de viver e a paixão de um
campeão
Tinham lugar reservado em qualquer constelação
Na vida tinham a sorte e no paraíso a
admissão
Ambos queriam que fosse um momento sem
saída
Mas ver as rodas a andar era como
possuir uma ferida
Ouviam juntos uma música que o fez
chorar de saudade
Pelos tempos de escola em que só havia
uma amizade
Pelos olhares nos corredores e pelos almoços
apressados
Pela timidez envolvente e pelos amigos
dos recados
Pela expectativa traçada e pelos “olás”
acanhados
Pela coragem escondida até serem namorados
E agora ali aconchegados, parecia que
estava a sonhar
Mas a mão dele na dela logo a fez
acordar
“És linda, amo-te tanto”, disse-lhe ele
tão de repente
O coração dela falou e deu-lhe um beijo
no pescoço quente
Ela pediu-lhe para fazer outra viagem de
novela
Ele respondeu que ia até ao fim do mundo
com ela
Até que chegaram ao destino e
sentiram-se como reis
Traçaram o amor e caminharam sem leis
Lá iam os dois de mãos dadas, totalmente
independentes
A caminhar pela cidade com corações
sorridentes
Jantaram, brincaram e criaram momentos mágicos
Por segundos foram crianças que não
conheciam momentos trágicos
Desconheciam a maldade, o ódio e a
corrupção
A norma que os movia era o um amor de
explosão
Ele virou-lhe o telemóvel como se
quisesse falar
Foi então que uma música começou a tocar
“Quando estou nos teus braços quase não
consigo acreditar”
Era este o lindo refrão que o fazia
abraçar
Ela só conseguia chorar e amá-lo cada
vez mais
Esperaria por ele em qualquer
desconhecido cais
Adormeceram como anjos e unidos pela
escuridão
Mas o amor deles estava acordado, isto é uma
afirmação
Apesar da pressa, de manhã deram risadas
Amores como este fazem falta nas
calçadas
Ele levou-a à Faculdade com um enorme
carinho
Mas a vontade dela era a de nunca o
deixar sozinho
Quando ela chegou a casa abraçou-o como
ninguém
Como é bom vir da escola e ter sempre o
nosso alguém
Passaram a tarde a sorrir e a sonhar
acordados
Naquela casa estavam os segredos do
mundo abafados
Qualquer música de amor ali fazia
sentido,
Até um velho romance por eles seria colorido
Em direção à estação lá foram os dois de
mãos dadas
Levavam com eles todas as alegrias
abarcadas
Ao fim de jantarem apressados apanharam
o autocarro
Teria sido bom terem o seu próprio carro
A viagem de regresso indicara quase a
despedida
Parecia que naquele tempo só se desceu
uma avenida
Na viagem ela lhe disse que gostava de
um pedido no passado
E ele disse “Está tudo acabado, queres
ser meu namorado?”
Riram-se e ambos sentiram-se amados e
felizes
Numa proporção muito maior do que meros
aprendizes
Da viagem restou a saudade da despedida
O medo de o perder e de ter sido a
última dormida
Seria bom poder entrar e fazer parte
desta história
Mas já dela faço parte e a escrevo como
dedicatória. ♥
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